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Caferina - Crema Caffè - DP - 1960
Especial hobbies - Restauro
O mundo vintage está cheio de belas surpresas, tantas vezes nos deparamos com objectos que nos atraiem irresistivelmente e perante os quais ficamos completamente fascinados. Dar-lhe uma classificação é completamente impossivel, depende de muitos factores, qualquer tipo de recordação afectiva influiria no resultado, mas se classificação tivesse de ser feita a Caferina certamente ficaria nos lugares cimeiros, pois atributos não lhe faltam. 1961 foi um ano extraordinário: os tempos de guerra estavam esquecidos, a industrialização fazia passos de gigante, e como para compensar os difíceis tempos passados, o conforto do lar estava em primeiro plano, e muitos electrodomésticos entravam casa dentro, eram os anos da Vespa e do Cinquecento. La Pavoni lança no mercado um autêntico mito: a Europiccola, a maquina de café expresso dos bares, em miniatura, destinada a uso doméstico. O sucesso foi estrondoso: a qualidade era altissima, o design era superior e contribuiu enormemente a agregar as pessoas a casa sua. A mítica Europiccola ainda hoje se fabrica, tambem na versão profissional, e La Pavoni o fará por muitos anos, a procura mundial continua a ser enorme, basta dar uma vista no Ebay, certamente com os melhoramentos da tecnica actual, principalmente a nivel de segurança, mas sem duvida com o mesmo estilo do seu criador, a excelência do design made in Italy!!!, o que é um caso unico de sucesso mundial...são passados mais de 50 anos!!! Nessa altura a Caferina, com só um par de anos, esta aqui com as iniciais DP e data de 4 de 60, terminava a sua breve vida, pelo que é extremamente rara, mas transmitiu à nova estrela todo o seu dna: a Europiccola , foi feita à sua imagem e semelhança!!!
Mas se fazer um café numa maquina histórica é sempre um prazer, a qualidade terá que ser garantida, e esta Caferina tem montes de calcário nas suas resistências e no seu interior.
Como se pode ver pelas fotografias,elas falam por si, não basta limpar-la superficialmente, ou meter-lhe qualquer produto anti calcário, terá de ser aberta para uma limpeza profunda e perfeita; isto passa-se com todas as máquinas, e se desconfia da qualidade da água da torneira, use a de garrafa.
A base das resistências tem várias inscrições: 200 e 600 watts, a potência das resistências, ( medindo as resistências com o ohmímetro, tem-se valores de 170 e 75 Omhs e utilizando a lei de Ohm dá-nos 1,3 e 2,9Ampers, pelo que utilizando a formula P=UxI, dá-nos umas potências um pouco superiores às indicadas); 4 60 ( abril 1960); DP construtor; 220 volts. A resistência menor está sempre ligada, o interruptor serve apenas para ligar ou desligar a maior, pelo que a nivel de segurança, algumas precauções deverão ser tomadas: quando não em uso deve ser desligada da tomada, e para fazer o café, o interruptor deve estar no máximo, até começar a sair vapor,e nessa altura deve ser posto no minimo, pelo que requer sempre a presença de uma pessoa adulta a supervisionar. Para retirar as resistências, se não tiver chave própria, pode fazer uma ah-doc como a da foto, o que é extremamente facil, e serve perfeitamente; é altamente recomendado não desligar os fios de ligações nas resistências mas sim nos outros extremos, devido à parte delicada das primeiras, e alguma dificuldade em desapertar os parafusos, sujeitos por muito tempo a altas temperaturas e com muita probabilidade de os partir.; não se esqueça de tirar algumas fotos, para na fase de montagem não haver enganos. Se tiver de ser cromada ou esmaltada a base, a desmontagem deverá continuar
Ao retirar a válvula de segurança,deve-se ter atenção à esfera e mola que se encontram no seu interior, devem ser recolocadas na fase de montagem. A caldeira pode ser desapertada da base com uma chave idêntica á que serviu para retirar as resistências, mas bastante mais robusta. Dezenas de anos sujeita a calor, pode ainda precisar de qualquer produto anti-blocante, assim como uma pequena ajuda do martelo, e dum pequeno pino de ferro. Agora a caldeira pode ser limpa completamente do calcário.
Um cuidado muito especial ao retirar o interruptor: sendo a porca que o fixa tão fina, não use qualquer tipo de alicate, não a prende e só serve para o danificar, pelo que um torno será mais indicado; para retirar o manípolo da leva, utilize tambem o torno para o segurar firmemente, com uma protecção para não se riscar, e com uma chave de tubos desaperte a parte metálica.
Por fim desmonta-se a parte final por onde o café sai e como sempre, na falta de chave apropriada, rapidamente se pode fazer uma igual às anteriores, só diferindo na distancia entre os parafusos, tambem estes um pouco aguçados na ponta com o esmeril, e de medida M4,(os primeiros eram M6), como a da figura em baixo, e eis que a carcaça da máquina está pronta para a fase de cromagem, juntamente com todas as outras peças já desmontadas. Entretanto compre todos os vedantes para a fase de montagem. Se alguma dificuldade tiver pode adquiri-los na internet.
